Da Agência Brasil
Manifestantes contrários à composição da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Ônibus na Câmara de Vereadores bloquearam as avenidas Rio Branco e Evaristo da Veiga, na altura da Cinelândia nesta quinta-feira (15).
O bloqueio começou por volta das 11h30, com manifestantes caminhando entre os carros. Eles sentaram e deitaram no meio das pistas. Alguns estavam mascarados e carregavam cartazes com a frase: “CPI não acabe em pizza”. Outros gritavam palavras de ordem pedindo apoio aos professores da rede pública do estado e da capital, que estão em greve por tempo indeterminado.
Os manifestantes protestam contra a eleição do vereador Chiquinho Brazão (PMDB) para a presidência da comissão. Eles reivindicam que o cargo seja ocupado pelo vereador Eliomar Coelho (PSOL), que propôs a instalação da CPI.
Policiais militares que estavam posicionados na entrada lateral da Câmara de Vereadores foram para a Avenida Rio Branco. De acordo com a Polícia Militar (PM), cerca de 300 homens de cinco batalhões acompanharam o protesto.
CPI
A primeira reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Ônibus, na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, foi realizada nesta quinta-feira (15) no Palácio Pedro Ernesto. Dez manifestantes, com fitas pretas na boca, já estavam no interior da Casa e também acompanharam a reunião. Logo no início, o vereador Eliomar Coelho (PSOL), que propôs a criação da CPI, se retirou da sala em protesto por não ter sido escolhido para presidir os trabalhos.
Na reunião, que durou quase uma hora, foram aprovados requerimentos e agenda com as datas das audiências. A primeira audiência está marcada para o próximo dia 22.
Impasse
Na segunda-feira (12) os vereadores, Eliomar Coelho, Jefferson Moura, Renato Cinco, e Paulo Pinheiro, do PSOL, além de Teresa Bergher (PSDB), Leonel Brizola Neto (PDT), Márcio Garcia (PR) e Reimont (PT) se reuniram e decidiram manter o pedido de renúncia de quatro colegas que não assinaram a instauração da CPI.
O apelo para que eles renunciem às vagas na comissão foi feito no plenário de forma individual.
Os vereadores querem também anular a sessão de sexta-feira (9), quando houve a instalação da CPI e as eleições do vereador Chiquinho Brazão (PMDB) como presidente e do vereador Professor Uóston (PMDB) para relator. Os dois, e mais os vereadores Renato Moura (PTC) e Jorginho da SOS (PMDB), integrantes do colegiado, não assinaram o pedido de criação.
“Eles não assinaram o requerimento de instauração da CPI, então eles são contra a CPI. Se são, não tem por que representarem a Câmara Municipal nesta CPI”, disse o vereador Márcio Garcia.
Os parlamentares pretendem ainda alterar o Regimento da Câmara para impedir que vereadores que não participem dos pedidos de criação de uma CPI integrem o colegiado e para garantir que o parlamentar autor do requerimento de instauração seja automaticamente eleito presidente.
Por isso, segundo o vereador Márcio Garcia, o colega Eliomar Coelho, autor do pedido de criação da CPI dos Ônibus, deveria ser eleito presidente.
Apesar de admitir que não assinou o requerimento de criação da CPI, o relator, vereador Professor Uóston, disse que a instalação da comissão foi legal e seguiu o Regimento Interno da Câmara. Ele informou que não vai renunciar ao posto e garantiu que os outros integrantes, incluindo o presidente Chiquinho Brazão, não pensam em se afastar da CPI.
“O regimento da Casa determina que os membros da CPI serão escolhidos de forma majoritária entre partidos ou blocos e pelo critério da proporcionalidade”, disse.
Os vereadores contrários à instalação da CPI marcaram ainda um encontro na terça-feira (13) com o procurador-geral de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, Marfan Vieira, para pedir a interferência do Ministério Público na questão.
Na segunda (12), também a Câmara fez a primeira sessão desde que o plenário foi ocupado por um grupo de dez manifestantes na sexta-feira (9). Eles deixaram o plenário e foram para as galerias depois de uma negociação com alguns vereadores. A sessão, no entanto, foi encerrada por falta de quórum. Logo depois, os manifestantes, que pedem alterações na composição da CPI, voltaram a ocupar o plenário.
Professores
Mais de seis mil professores fizeram uma passeata pela zona sul da cidade na quarta-feira (14). Eles marcharam em direção ao Palácio da Cidade, sede oficial da prefeitura.
Os manifestantes fizeram uma assembleia no Largo do Machado e decidiram caminhar até o palácio para tentar uma audiência com o prefeito Eduardo Paes. Os professores da rede municipal estão em greve desde o último dia 8.
O Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio (Sepe-RJ) se reuniu na terça-feira (13) com representantes das secretarias municipais de Gestão, de Educação e da Casa Civil, mas, segundo o próprio Sepe, não houve avanço nas negociações.
Os professores querem um aumento real acima de 19%, a implantação de um plano de cargos e salários unificado, eleição direta para diretores de escolas e abono dos dias de paralisação, entre outras reivindicações. Mais de 80% das escolas aderiram à paralisação.
Cabral
Além da passeata dos professores, foi realizada uma manifestação pedindo a saída de Sérgio Cabral do governo do estado. Quando os manifestantes tentaram se aproximar do Palácio Guanabara, sede do governo fluminense, no bairro de Laranjeiras, zona sul da cidade, policiais da Tropa de Choque usaram bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral para os dispersar.
Com a dispersão, os manifestantes se espalharam por ruas internas do bairro e os policiais continuaram o patrulhamento no local, usando, inclusive, carros blindados, conhecidos como caveirões.
Além de protestarem contra o governador, os manifestantes cobraram a localização do pedreiro Amarildo de Souza, desaparecido há um mês, no dia 14 de julho, na Rocinha, e defenderam pautas como o passe livre no transporte e a desmilitarização da Polícia Militar.
Fonte: Fazendo Media
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