Para esconder a monstruosidade do regime de exploração criminosa, o capitalismo colonial sempre enfeita seu vil estandarte com o mote idealista: Fraternidade, Igualdade, etc...
Eis aqui como esses defensores da igualdade põem seu lema em prática.
Num mesmo local de trabalho e pela mesma função, um trabalhador branco é algumas vezes mais bem pago que seu irmão de cor.
Nos escritórios administrativos, apesar da quantidade de serviço e da habilidade reconhecida, um nativo é pago com salários miseráveis, enquanto o homem branco recém-chegado obtém um ordenado maior trabalhando menos.
Depois de receber educação superior no estado natal e de obter títulos como de doutor em Medicina ou em Direito, os jovens nativos não podem exercer suas profissões em seu próprio país caso não sejam naturalizados — e por quantas dificuldades e humilhações um nativo deve passar para obter sua naturalização!
Deslocados de seus países e de seus lares, e coagidos a se alistarem no exército como “voluntários”, os nativos militarizados são ligeiros em degustar o refinado significado da ilusória “igualdade” que estão defendendo.
Com a mesma patente, um oficial branco não-comissionado é quase sempre tratado como superior por seu colega nativo, que deve saudá-lo e obedecê-lo.
Essa hierarquia “etno-militar” é ainda mais perceptível quando soldados brancos e de cor viajam num mesmo trem ou embarcação.
Eis o exemplo mais recente.
Em maio, o S.S. Liger deixou a França rumo a Madagascar com seiscentos soldados malgaxes a bordo.
Os oficiais malgaxes não-comissionados foram amontoados nos porões, enquanto seus colegas brancos se acomodaram nas confortáveis cabines.
Que nossos irmãos de cor, aquecidos pelas caldeiras do navio (se não por um ideal), despertos pelo barulho dos propulsores (ou pela voz em suas consciências), reflitam e compreendam sobre o fato de que o bom capitalismo irá sempre considerá-los como mero olo maloto.
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