Diário Liberdade - San Cristóbal de Las Casas, Chiapas, México. 12 de março de 2012. As organizações nacionais e internacionais, grupos, coletivos e pessoas assinantes, nos unimos à digna luta que mantém o Professor Alberto Patishtán Gómez e exigimos sua liberdade imediata.
As organizações nacionais e internacionais, grupos, coletivos, se uniram à digna luta que mantém o Professor Alberto Patishtán Gómez e exigimos sua liberdade imediata. Preso desde 19 de junho de 2000, acusado de ter sido coautor de uma emboscada que terminou com a morte de sete dos nove policiais que faziam uma patrulha no município de El Bosque, no estado de Chiapas - México.
Entretanto, segundo o pronunciamento das organizações em solidariedade ao professor, “no contexto da sua prisão, Patishtán participava ativamente na vida política do seu município, denunciando a corrupção da câmara municipal, solicitando a destituição do prefeito e a criação de um Conselho Municipal”.
A história de Patishtán antes de ser preso
No momento da sua detenção, Patishtán era professore bilíngue federal, afiliado ao Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Educação (SNTE) Seção 7. Desempenhou seus serviços como educador durante 5 aos, foi diretor do Albergue Escolar “Nicolás Bravo” na comunidade de “El Azufre”, município de Huitiupán, e também foi diretor de outro Albergue Escolar na cabeceira do mesmo município, da zona escolar 204, região de Bochil. Estudou Ciências Sociais, já como professor, na Universidade Valle Del Grijalva até o 6º semestre.
A situação vivida pelos moradores de El Bosque desde o levantamento zapatista em 1994
O município de El bosque se encontra numa zona do estado intitulada de “Los Altos de Chiapas”, faz fronteiras com municípios como Bochil, Simojovel, Larráinzar, Chalchihuitñan. Nos anos 80, aconteceram diversas ocupações (ou recuperações, como dizem) de fazendas que em diversos casos foram legalizados como ejidos a favor dos indígenas, camponeses pobres e trabalhadores das próprias fazendas e de lugares próximos. Também foi zona e lugar de violências e sangue, como a ocupação de terras e repressões orquestrada pelos governadores Absalón Castellanos 83-88 e Patrocinio González Garrido.
Depois do levantamento zapatista em janeiro de 1994, houve eleições para governador, no entanto, houve fraude e o candidato Priista (do Partido Revolucionário Institucional) levou o pleito, mas o verdadeiro ganhador tinha sido o don Amado Avendaño. No ano seguinte houve novas eleições para prefeito, e novamente houve fraude no processo eleitoral. Como resposta a este cenário, o EZLN (Exército Zapatista de Liberação Nacional) lançou-se num processo de criação de Municípios Autônomos em rebeldia. Deste modo, em dezembro de 1995, no final do mandato municipal, o prefeito de El Bosque entregou a prefeitura aquele que foi elegido pela maioria da população segundo seus usos e costumes.
No entanto, o candidato “oficial” que foi eleito, tentou tomar posse da prefeitura, tentativa sem êxito, pois houve protestos em frente ao palácio municipal. A partir deste momento, há duas autoridades paralelas, uma oficial e outra segundo os usos e costumes da maioria esmagadora da população. No ano seguinte, 1996, houve um acordo de não agressão entre ambas as partes, as diferenças foram resolvidas com encontros e acordos.
Em 1997, começou um movimento por parte do governo federal para “desarticular” a influência do EZLN nas comunidades chiapanecas, as inversões do Governo Federal se deram de diversos modos, tanto através do seu próprio exército (como foi o caso do município de El Bosque, como também utilizou da força dos paramilitares da região (pessoas civis que são pagas pelo governo para assassinar, coagir, intimidar as populações em luta), o caso mais famoso foi o de Acteal – município de Chinalhó – no qual os paramilitares mataram 45 pessoas dentro de uma igreja (entre os mortos havia mulheres, crianças, recém-nascidos, idosos e homens).
No caso do município de El Bosque, no dia 6 de fevereiro de 1997, 50 homens do exército mexicano tomaram à força a prefeitura municipal, este foi o primeiro ataque ao município. Nesta mesma operação, outros municípios autônomos da mesma região foram desmantelados e militarizados, como foi o caso dos seguintes municípios: Ricardo Flores Magón, Tierra y Libertad, San Juan de la Libertad e o constitucional Nicolás Ruiz.
No dia 10 de junho de 1998, às 6:30 da manhã, chegaram a Chavajeval (município de El Bosque/San Juan de la Libertad) cerca de três mil e quinhentos homens de distintas corporações policiais e do exército mexicano, tomaram o povoado e prenderam homens e mulheres, bateram, roubaram, devastaram e perseguiram aqueles que tentaram fugir, a perseguição inclusive aconteceu com um helicóptero, o tiroteio terminou às 15 horas. Ao final, não sobrou nenhuma evidência, segundo relatos, “eles levaram tudo, até os mortos”. Tudo foi limpado, levaram os cascos das balas e até limparam os sinais dos disparos. Dizem que houve sete mortos zapatistas, dois policiais e um priista.
A prisão do professor Alberto Patishtán
Em junho de 2000, a tensão da polícia estava na ideia de que os grupos civis armados (paramilitares) queriam tomar a prefeitura do município de El Bosque e/ou o município de Simojovel, sendo que a polícia comunicou aos prefeitos e realizavam constantemente patrulhas nesta zona. No dia 12 de junho, pessoas armadas fizeram uma emboscada na estrada perto de Las Limas, uma patrulha que levava 9 pessoas, sendo que sete perderam a vida e duas ficaram feridas, um elemento da PSP e o filho do prefeito de El Bosque que conduzia o veículo.
Segundo a Procuradoria Geral da justiça, um policial antes de desmaiar disse ter visto um homem vestido de civil e encapuzado. O filho do prefeito perdeu o sentido pelos disparos, mas no hospital ele assinou (ou falsificaram a sua assinatura) um papel acusando o Professor Patishtán e a Salvador Gonzalez.
No entanto, nos fatos que ocorreram dia 12 de junho, o professor Alberto estava participando de uma reunião oficial conduzida pelo surpevisor da zona 204 (do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Educação - SNTE), o oficio da reunião e as listas de presença, assim como o testemunho dos seus companheiros professores na reunião, demonstram a falsidade da acusação e a injustiça da sua prisão.
No dia 19 de junho de 2000, sete dias depois da emboscada, quando ia para seu trabalhão, quatro homens vestido de civil desceram de uma caminhonete e o levaram sem dizer nada ou mostrar a ordem de prisão.
Depois de 11 anos, o professor segue sua luta, a partir do interior da prisão, trabalhando pelo respeito aos direitos humanos no sistema penitenciário de Chiapas. Como castigo à luta pela liberdade, e por defender os direitos humanos, Patishtán foi transferido no dia 20 de outubro de 2011, enquanto se encontrava em greve de fome com os “Solidários da Voz de Amate”, ao Centro Federal de Readaptação Social em Sinaloa – México -, aonde se encontra atualmente.
O governo do estado de Chiapas sempre negou que tenha solicitado essa transferência, no entanto, no expediente de amparo, oficio no qual o Secretário Geral do Governo de Chiapas, Noé Castañón León, solicitou a transferência “ao complexo penitenciário ‘Isla Marías’ ou a outro centro penitenciário fora do estado de Chiapas”, demonstrando claramente a intenção de afastá-lo da digna luta pela sua liberdade. Foi apresentado no pronunciamento de ontem documentos que revelam que o Sr. Noé Castañón León realmente requisitou a transferência do professor a outro presídio enquanto ele estava em greve de fome.
No dia 29 de fevereiro de 2012, o juiz Quinto do Distrito de Vigésimo Circuito na cidade de Tuxtla Gutiérrez, Chiapas, resolveu ordenar o regresso do professor Alberto Patishtán ao Centro Estatal de Reinserção Social dos Sentenciados nº5, com sede em San Cristóbal de Las Casas, Chiapas, no qual se encontrava anteriormente, em restituição de seus direitos humanos violados.
Pela sua ação política antes da sua detenção e pelo seu trabalho de defesa dos direitos humanos desde o interior da prisão, o Professor Alberto Patishtán é um preso político, pelo qual as organizações nacionais e internacionais, grupos, coletivos, exigimos ao Governo Mexicano a sua liberação imediata.
A maioria das informações contidas neste artigo foi tirada do blog do Professor (albertopatishtan.blogspot.com) que foi lançado ontem – dia 12 de março de 2012 - em San Cristóbal de las Casas pelas organizações de direitos humanos e coletivos (nacionais e internacionais) que apoiam a luta do professor Alberto Patishtán e exigem a sua liberação imediata.
Você também pode conferir o comunicado do Coletivo IK denunciando as mazelas nas quais vive o professor, assim como as torturas sofrida por ele (http://es.scribd.com/doc/85087211/Palabra-Colectivo-Ik-Confer-en-confe-Prensa-sobre-caso-Alberto-Patishtan)
Como parte da sua luta, a partir do interior da prisão, trabalhou pelo respeito aos direitos humanos no sistema penitenciário de Chiapas. Como castigo à luta pela liberdade, e por defender os direitos humanos, Patishtán foi transferido no dia 20 de outubro de 2011, enquanto se encontrava em greve de fome com os “Solidários da Voz de Amate”, ao Centro Federal de Readaptação Social em Sinaloa – México -, aonde se encontra atualmente.
O governo do estado de Chiapas sempre negou que tenha solicitado essa transferência, no entanto, no expediente de amparo, oficio no qual o Secretário Geral do Governo de Chiapas, Noé Castañón León, solicitou a transferência “ao complexo penitenciário ‘Isla Marías’ ou a outro centro penitenciário fora do estado de Chiapas”, demonstrando claramente a intenção de afastá-lo da digna luta pela sua liberdade.
No dia 29 de fevereiro de 2012, o juiz Quinto do Distrito de Vigésimo Circuito na cidade de Tuxtla Gutiérrez, Chiapas, resolveu ordenar o regresso do professor Alberto Patishtán ao Centro Estatal de Reinsersão Social dos Sentenciados nº5, com sede em San Cristóbal de Las Casas, Chiapas, no qual se encontrava anteriormente, em restituição de seus direitos humanos violados.
Pela sua ação política antes da sua detenção e pelo seu trabalho de defesa dos direitos humanos desde o interior da prisão, o Professor Alberto Patishtán é um preso político, pelo qual as organizações nacionais e internacionais, grupos, coletivos e pessoas abaixo-assinantes exigimos ao Governo Mexicano a sua liberação imediata.
Fonte: http://diarioliberdade.org
Entretanto, segundo o pronunciamento das organizações em solidariedade ao professor, “no contexto da sua prisão, Patishtán participava ativamente na vida política do seu município, denunciando a corrupção da câmara municipal, solicitando a destituição do prefeito e a criação de um Conselho Municipal”.
A história de Patishtán antes de ser preso
No momento da sua detenção, Patishtán era professore bilíngue federal, afiliado ao Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Educação (SNTE) Seção 7. Desempenhou seus serviços como educador durante 5 aos, foi diretor do Albergue Escolar “Nicolás Bravo” na comunidade de “El Azufre”, município de Huitiupán, e também foi diretor de outro Albergue Escolar na cabeceira do mesmo município, da zona escolar 204, região de Bochil. Estudou Ciências Sociais, já como professor, na Universidade Valle Del Grijalva até o 6º semestre.
A situação vivida pelos moradores de El Bosque desde o levantamento zapatista em 1994
O município de El bosque se encontra numa zona do estado intitulada de “Los Altos de Chiapas”, faz fronteiras com municípios como Bochil, Simojovel, Larráinzar, Chalchihuitñan. Nos anos 80, aconteceram diversas ocupações (ou recuperações, como dizem) de fazendas que em diversos casos foram legalizados como ejidos a favor dos indígenas, camponeses pobres e trabalhadores das próprias fazendas e de lugares próximos. Também foi zona e lugar de violências e sangue, como a ocupação de terras e repressões orquestrada pelos governadores Absalón Castellanos 83-88 e Patrocinio González Garrido.
Depois do levantamento zapatista em janeiro de 1994, houve eleições para governador, no entanto, houve fraude e o candidato Priista (do Partido Revolucionário Institucional) levou o pleito, mas o verdadeiro ganhador tinha sido o don Amado Avendaño. No ano seguinte houve novas eleições para prefeito, e novamente houve fraude no processo eleitoral. Como resposta a este cenário, o EZLN (Exército Zapatista de Liberação Nacional) lançou-se num processo de criação de Municípios Autônomos em rebeldia. Deste modo, em dezembro de 1995, no final do mandato municipal, o prefeito de El Bosque entregou a prefeitura aquele que foi elegido pela maioria da população segundo seus usos e costumes.
No entanto, o candidato “oficial” que foi eleito, tentou tomar posse da prefeitura, tentativa sem êxito, pois houve protestos em frente ao palácio municipal. A partir deste momento, há duas autoridades paralelas, uma oficial e outra segundo os usos e costumes da maioria esmagadora da população. No ano seguinte, 1996, houve um acordo de não agressão entre ambas as partes, as diferenças foram resolvidas com encontros e acordos.
Em 1997, começou um movimento por parte do governo federal para “desarticular” a influência do EZLN nas comunidades chiapanecas, as inversões do Governo Federal se deram de diversos modos, tanto através do seu próprio exército (como foi o caso do município de El Bosque, como também utilizou da força dos paramilitares da região (pessoas civis que são pagas pelo governo para assassinar, coagir, intimidar as populações em luta), o caso mais famoso foi o de Acteal – município de Chinalhó – no qual os paramilitares mataram 45 pessoas dentro de uma igreja (entre os mortos havia mulheres, crianças, recém-nascidos, idosos e homens).
No caso do município de El Bosque, no dia 6 de fevereiro de 1997, 50 homens do exército mexicano tomaram à força a prefeitura municipal, este foi o primeiro ataque ao município. Nesta mesma operação, outros municípios autônomos da mesma região foram desmantelados e militarizados, como foi o caso dos seguintes municípios: Ricardo Flores Magón, Tierra y Libertad, San Juan de la Libertad e o constitucional Nicolás Ruiz.
No dia 10 de junho de 1998, às 6:30 da manhã, chegaram a Chavajeval (município de El Bosque/San Juan de la Libertad) cerca de três mil e quinhentos homens de distintas corporações policiais e do exército mexicano, tomaram o povoado e prenderam homens e mulheres, bateram, roubaram, devastaram e perseguiram aqueles que tentaram fugir, a perseguição inclusive aconteceu com um helicóptero, o tiroteio terminou às 15 horas. Ao final, não sobrou nenhuma evidência, segundo relatos, “eles levaram tudo, até os mortos”. Tudo foi limpado, levaram os cascos das balas e até limparam os sinais dos disparos. Dizem que houve sete mortos zapatistas, dois policiais e um priista.
A prisão do professor Alberto Patishtán
Em junho de 2000, a tensão da polícia estava na ideia de que os grupos civis armados (paramilitares) queriam tomar a prefeitura do município de El Bosque e/ou o município de Simojovel, sendo que a polícia comunicou aos prefeitos e realizavam constantemente patrulhas nesta zona. No dia 12 de junho, pessoas armadas fizeram uma emboscada na estrada perto de Las Limas, uma patrulha que levava 9 pessoas, sendo que sete perderam a vida e duas ficaram feridas, um elemento da PSP e o filho do prefeito de El Bosque que conduzia o veículo.
Segundo a Procuradoria Geral da justiça, um policial antes de desmaiar disse ter visto um homem vestido de civil e encapuzado. O filho do prefeito perdeu o sentido pelos disparos, mas no hospital ele assinou (ou falsificaram a sua assinatura) um papel acusando o Professor Patishtán e a Salvador Gonzalez.
No entanto, nos fatos que ocorreram dia 12 de junho, o professor Alberto estava participando de uma reunião oficial conduzida pelo surpevisor da zona 204 (do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Educação - SNTE), o oficio da reunião e as listas de presença, assim como o testemunho dos seus companheiros professores na reunião, demonstram a falsidade da acusação e a injustiça da sua prisão.
No dia 19 de junho de 2000, sete dias depois da emboscada, quando ia para seu trabalhão, quatro homens vestido de civil desceram de uma caminhonete e o levaram sem dizer nada ou mostrar a ordem de prisão.
Depois de 11 anos, o professor segue sua luta, a partir do interior da prisão, trabalhando pelo respeito aos direitos humanos no sistema penitenciário de Chiapas. Como castigo à luta pela liberdade, e por defender os direitos humanos, Patishtán foi transferido no dia 20 de outubro de 2011, enquanto se encontrava em greve de fome com os “Solidários da Voz de Amate”, ao Centro Federal de Readaptação Social em Sinaloa – México -, aonde se encontra atualmente.
O governo do estado de Chiapas sempre negou que tenha solicitado essa transferência, no entanto, no expediente de amparo, oficio no qual o Secretário Geral do Governo de Chiapas, Noé Castañón León, solicitou a transferência “ao complexo penitenciário ‘Isla Marías’ ou a outro centro penitenciário fora do estado de Chiapas”, demonstrando claramente a intenção de afastá-lo da digna luta pela sua liberdade. Foi apresentado no pronunciamento de ontem documentos que revelam que o Sr. Noé Castañón León realmente requisitou a transferência do professor a outro presídio enquanto ele estava em greve de fome.
No dia 29 de fevereiro de 2012, o juiz Quinto do Distrito de Vigésimo Circuito na cidade de Tuxtla Gutiérrez, Chiapas, resolveu ordenar o regresso do professor Alberto Patishtán ao Centro Estatal de Reinserção Social dos Sentenciados nº5, com sede em San Cristóbal de Las Casas, Chiapas, no qual se encontrava anteriormente, em restituição de seus direitos humanos violados.
Pela sua ação política antes da sua detenção e pelo seu trabalho de defesa dos direitos humanos desde o interior da prisão, o Professor Alberto Patishtán é um preso político, pelo qual as organizações nacionais e internacionais, grupos, coletivos, exigimos ao Governo Mexicano a sua liberação imediata.
A maioria das informações contidas neste artigo foi tirada do blog do Professor (albertopatishtan.blogspot.com) que foi lançado ontem – dia 12 de março de 2012 - em San Cristóbal de las Casas pelas organizações de direitos humanos e coletivos (nacionais e internacionais) que apoiam a luta do professor Alberto Patishtán e exigem a sua liberação imediata.
Você também pode conferir o comunicado do Coletivo IK denunciando as mazelas nas quais vive o professor, assim como as torturas sofrida por ele (http://es.scribd.com/doc/85087211/Palabra-Colectivo-Ik-Confer-en-confe-Prensa-sobre-caso-Alberto-Patishtan)
Transcrição do pronunciamento e abaixo-assinado
O caso do Professor Alberto Patishtán é um exemplo claro do grave problema da administração da justiça mexicana. O professor está preso desde o dia 19 de junho de 2000, sentenciado a 60 anos de prisão como coautor da emboscada e assassinato de policiais no município de El Bosque, em Chiapas - México. No contexto da sua prisão, Patishtán participava ativamente na vida política do seu município, denunciando a corrupção da câmara municipal, solicitando a destituição do prefeito e a criação de um Conselho Municipal.Como parte da sua luta, a partir do interior da prisão, trabalhou pelo respeito aos direitos humanos no sistema penitenciário de Chiapas. Como castigo à luta pela liberdade, e por defender os direitos humanos, Patishtán foi transferido no dia 20 de outubro de 2011, enquanto se encontrava em greve de fome com os “Solidários da Voz de Amate”, ao Centro Federal de Readaptação Social em Sinaloa – México -, aonde se encontra atualmente.
O governo do estado de Chiapas sempre negou que tenha solicitado essa transferência, no entanto, no expediente de amparo, oficio no qual o Secretário Geral do Governo de Chiapas, Noé Castañón León, solicitou a transferência “ao complexo penitenciário ‘Isla Marías’ ou a outro centro penitenciário fora do estado de Chiapas”, demonstrando claramente a intenção de afastá-lo da digna luta pela sua liberdade.
No dia 29 de fevereiro de 2012, o juiz Quinto do Distrito de Vigésimo Circuito na cidade de Tuxtla Gutiérrez, Chiapas, resolveu ordenar o regresso do professor Alberto Patishtán ao Centro Estatal de Reinsersão Social dos Sentenciados nº5, com sede em San Cristóbal de Las Casas, Chiapas, no qual se encontrava anteriormente, em restituição de seus direitos humanos violados.
Pela sua ação política antes da sua detenção e pelo seu trabalho de defesa dos direitos humanos desde o interior da prisão, o Professor Alberto Patishtán é um preso político, pelo qual as organizações nacionais e internacionais, grupos, coletivos e pessoas abaixo-assinantes exigimos ao Governo Mexicano a sua liberação imediata.
Fonte: http://diarioliberdade.org
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