Por Rogério de Moraes
É indiscutível a importância do resgate e preservação da memória e da história de um povo. Importância que está acima de linhas formais ou estéticas. Este é o caso de Marighella, documentário que pretende desdobrar um pouco mais da vida de Carlos Marighella, controverso líder da luta armada no Brasil durante a ditadura militar.
A linha de partida para a realização dessa investigação é a memória afetiva de sua sobrinha, Isa Grinspum Ferraz, realizadora do filme. Como ela mesma diz no início do documentário, mais do que entender quem foi Marighella a ela interessava descobrir quem foi seu tio Carlos; um sujeito que aparecia e desaparecia de sua infância, mas que a deixou marcada pela figura amorosa e misteriosa.
Essa investigação segue pistas que dão nome aos capítulos do documentário. Cada pista/capítulo desvenda uma faceta do mito Marighella. E a cada desdobramento, muitas facetas se misturam para formar um retrato em múltiplas dimensões. Com essas facetas, o resultado inconcluso parecer ser o mais adequado ao ser humano, antes do mito - com seus acertos e erros, com suas idiossincrasias e contradições.
Formalmente, contudo, o documentário repete o cansativo repertório de “cabeças falantes”. É o nome que se dá ao velho formato que alterna muitas entrevistas (enquadradas em plano médio, daí o termo em inglês talking heads) com imagens de arquivo. Cansativa e repetitiva, essa fórmula funciona mal quando o filme se apoia em excesso sobre ela.
Neste caso, para uma personalidade que passou a vida dedicada a uma causa, o resultado acaba por ser frio, distante do calor do momento histórico que revive. A falta de imagens novas da época ou de documentos também contribui para uma pobreza de arquivo. Isso é visualmente notado quando muitas vezes se preenche o quadro com cenas de filmes ou imagens “forçadamente” vinculadas à narrativa. Com nada de inventivo em sua fórmula, Marighella fica como mais uma peça do mosaico que há tempos nosso cinema tenta compor sobre os anos da ditadura e as figuras que cumpriram papéis importantes nesse período. É relevante como registro, mas muito pobre como cinema.
É indiscutível a importância do resgate e preservação da memória e da história de um povo. Importância que está acima de linhas formais ou estéticas. Este é o caso de Marighella, documentário que pretende desdobrar um pouco mais da vida de Carlos Marighella, controverso líder da luta armada no Brasil durante a ditadura militar.
A linha de partida para a realização dessa investigação é a memória afetiva de sua sobrinha, Isa Grinspum Ferraz, realizadora do filme. Como ela mesma diz no início do documentário, mais do que entender quem foi Marighella a ela interessava descobrir quem foi seu tio Carlos; um sujeito que aparecia e desaparecia de sua infância, mas que a deixou marcada pela figura amorosa e misteriosa.
Essa investigação segue pistas que dão nome aos capítulos do documentário. Cada pista/capítulo desvenda uma faceta do mito Marighella. E a cada desdobramento, muitas facetas se misturam para formar um retrato em múltiplas dimensões. Com essas facetas, o resultado inconcluso parecer ser o mais adequado ao ser humano, antes do mito - com seus acertos e erros, com suas idiossincrasias e contradições.
Formalmente, contudo, o documentário repete o cansativo repertório de “cabeças falantes”. É o nome que se dá ao velho formato que alterna muitas entrevistas (enquadradas em plano médio, daí o termo em inglês talking heads) com imagens de arquivo. Cansativa e repetitiva, essa fórmula funciona mal quando o filme se apoia em excesso sobre ela.
Neste caso, para uma personalidade que passou a vida dedicada a uma causa, o resultado acaba por ser frio, distante do calor do momento histórico que revive. A falta de imagens novas da época ou de documentos também contribui para uma pobreza de arquivo. Isso é visualmente notado quando muitas vezes se preenche o quadro com cenas de filmes ou imagens “forçadamente” vinculadas à narrativa. Com nada de inventivo em sua fórmula, Marighella fica como mais uma peça do mosaico que há tempos nosso cinema tenta compor sobre os anos da ditadura e as figuras que cumpriram papéis importantes nesse período. É relevante como registro, mas muito pobre como cinema.
Ficha Técnica:
Marighella, de Isa Grinspum Ferraz – 2011 – Brasil (100min.)
Marighella, de Isa Grinspum Ferraz – 2011 – Brasil (100min.)
Link para Download: Marighella
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