Nesta biografia não-autorizada, você vai conhecer Eduardo Paes. Como ele começou na política, o troca-troca de partidos, sua associação com as empreiteiras, as remoções de favelas e a defesa do crime organizado, até chegar no atual "Choque de Ordem" — agressão contra o povo travestida de política pública — durante muito tempo sonhada pelas classes dominantes do país.
Por Suzana Brito
Eduardo
Paes iniciou sua "carreira política" em 1993, com apenas
24 anos — antes de terminar a faculdade de Direito na PUC-RJ — no
comando da subprefeitura da Barra da Tijuca, quando o prefeito da
cidade era César Maia (PFL). Desde então, sempre foi um aplicado
pupilo e seguiu à risca a principal lição de seu mestre: estar ao
lado do capital. É importante repetir que ele foi guindado à
subprefeitura por César Maia, porque na última farsa eleitoral, o
discípulo fez todo o possível para se dissociar do mestre.
Criador e Criatura |
Três
anos depois, foi eleito vereador. Sua subida vertiginosa no velho
Estado brasileiro continuou em 1998, quando pela primeira vez foi
eleito para a Câmara dos Deputados, com apenas 29 anos, e em 2002,
quando foi reeleito. Antes da reeleição, porém, assumiu a
Secretaria Municipal do Meio Ambiente do Rio de Janeiro, durante a
gerência de César Maia.
Em 2007, a convite do
governador fascista Sérgio Cabral, Eduardo Paes assumiu a Secretaria
Estadual de Turismo, Esporte e Lazer, mas deixou o cargo em março de
2008 para disputar as eleições para a prefeitura. Em apenas cinco
anos o atual prefeito do Rio passou por três partidos — PFL, PSDB
e PMDB — e de 1993 pra cá passou também por PV e PTB. Se for
possível falar de infidelidade num regime de partido único, seu
comportamento é mesmo um dos mais volúveis.
DINHEIRO FARTO
Na
campanha à Prefeitura do Rio, a candidatura de Eduardo Paes foi a
que recebeu mais dinheiro. Somente até agosto de 2008 o PMDB havia
declarado a arrecadação da pequena fortuna de 3,166 milhões de
reais — valor que pode duplicar se considerarmos o dinheiro oriundo
do caixa dois, prática mais que generalizada entre os partidos
eleitoreiros. A Construtora OAS foi a que mais investiu nas eleições,
com mais de 1,5 milhão de reais distribuídos por quase todos os
candidatos — incluindo os representantes da falsa esquerda
Alessandro Molon e Jandira Feghali, que lucraram, juntos, 500 mil
reais. Naturalmente os doadores de campanha cobrarão a fatura em um
futuro próximo.
Há duas empresas que também investiram
muito nas eleições municipais do Rio de Janeiro. E são duas
empresas que ajudam a contar a história de Eduardo Paes, porque há
pelo menos duas décadas fazem parte do esquema César Maia. São
elas o banco Bradesco e a empreiteira Carvalho Hosken. As duas
empresas estiveram envolvidas nos despejos violentos promovidos pela
prefeitura, em 2006, na Barra da Tijuca.
O interesse da
especulação imobiliária no Rio de Janeiro ficou muito claro na
ocasião do despejo violento, em fevereiro de 2006, da Comunidade
Arroio Pavuna, localizada na Barra da Tijuca. As sessenta e sete
famílias que lá residiam receberam indenização média de R$ 15
mil cada, valor insuficiente para adquirir outro imóvel na região,
como determina o artigo 429 da Lei Orgânica do Município. Dessas
indenizações, ao menos quatro foram pagas com cheques de empresas
privadas (três da construtora Carvalho Hosken S/A e um da Uhslanga
Comércio de Roupas).
Empresas não doam, investem em campanha |
Os quatro cheques são do Banco
Bradesco, agência 1075 (Barra da Tijuca). Seus números e
respectivos valores são 010794 (R$ 19. 516,00), 010776 (R$
33.161,00), 010798 (R$ 26.208,00) e 010796 (R$ 17.434,00). Jovino
Germano Pinto, 71 anos, aposentado, morou na Arroio Pavuna por 15
anos e falou sobre a retirada dos moradores.
— Foi tão
rápido que nem deu tempo de fazer nada. Eles chamaram a gente na
Secretaria de Habitação e disseram: 'Se vocês quiserem aceitar,
tudo bem; se não quiserem, vamos tirar do mesmo jeito'. Aí deram os
cheques e 24h pra gente sair. Teve gente que não aceitou, mas a
Guarda Civil entrou, tirou as coisas e derrubou as casas.
Detalhe:
distante apenas 50 metros de onde estava a Comunidade Arroio Pavuna
encontra-se o Condomínio Rio 2, construído pela Carvalho Hosken,
onde um apartamento de dois quartos custa, em média, R$ 700.000,00.
VIOLÊNCIA CONTRA O POVO
Quando
era subprefeito, em 1993, Eduardo Paes comandou uma tentativa de
despejo violento numa outra favela da Zona Oeste, a Vila Autódromo.
Os moradores da região dizem que Eduardo Paes os acusou de causar
"dano visual, ambiental e estético", discurso punitivo
contra a classe trabalhadora utilizado pelo então jovem estudante de
Direito, de 24 anos, para concorrer e ser eleito vereador.
Remoções criminosas |
Em
1996, a Vila Autódromo sofreu uma ação de reintegração de posse
movida pela Prefeitura. Inscrito sob o número 2245 na 4ª Vara de
Fazenda Pública, e assinado por Luiz Roberto da Mata, da
Procuradoria Geral do Município (PGM), o texto coloca como réus os
ocupantes da Vila Autódromo e "objetiva reprimir dano ao meio
ambiente urbano, dano ao meio ambiente natural, dano estético,
paisagístico e turístico pedindo-se limitar (...), tomando-se
providências para retirada de pessoas e coisas".
Analisando
este histórico não é difícil compreender o atual "Choque de
Ordem" promovido pelo prefeito Eduardo Paes. Trata-se de uma
consequência natural das alianças que fez durante sua "carreira"
política. Para deleite das empreiteiras e do monopólio dos meios de
comunicação, que lucram com a violência contra a classe
trabalhadora, Paes criou uma secretaria de governo apenas para tratar
de ações contra mendigos, camelôs e gente que não tem onde morar.
São as tais operações CopaBacana, IpaBacana e etc. O novo
secretário, tão logo foi empossado anunciou o RioBacana, alcunha
que por si só revela a opção de classe dos donos do poder. A
Secretaria Municipal de Ordem Pública, comandada por Rodrigo
Bethlen, representa melhor do que qualquer coisa o uso da máquina
pública pelos ricos para massacrar os pobres.
Daí o jornal O
Globo ter anunciado Eduardo Paes como o "novo xerife"
daquilo que chamam de ordem pública. Logo após a eleição o novo
guardião dos interesses capitalistas recebeu três páginas, no
primeiro caderno, de uma entrevista "mamão com açúcar",
sem perguntas difíceis. E mais duas ou três sob a vinheta
"transição", dedicadas a relatar os feitos do jovem
empreendedor em Brasília.
APOIO AO CRIME ORGANIZADO
As
chamadas milícias também marcam a história indiscreta do atual
prefeito do Rio. Esses grupos paramilitares, compostos por policiais
civis, militares, bombeiros e agentes carcerários são responsáveis
por milhares de casos de assassinatos, torturas, ameaças e diversos
tipos de agressões contra a população favelada do Rio de Janeiro.
Até jornalistas já foram vítimas da brutalidade desses
delinquentes, apêndices do aparato estatal para exercer controle
sobre determinadas regiões e explorar serviços de gás, telefonia,
TV a cabo, "segurança", entre outros.
Reunião com suspeitos de integrar milícias para "regulamentar" a distribuição do transporte alternativo na Cidade |
Eduardo Paes,
seguindo a diretriz de seu mestre político, César Maia, defendeu a
ação desses bandidos numa entrevista ao programa RJTV, da Rede
Globo, durante as eleições para governador do Rio de Janeiro, em
2006, quando se candidatou pelo PSDB. Na ocasião, o atual prefeito
da capital fluminense declarou o seguinte:
— Jacarepaguá
[Zona Oeste do Rio de Janeiro] é um bairro que a tal da polícia
mineira, formada por policiais, por bombeiros, trouxe tranquilidade
para a população. O morro do S. José Operário era um dos morros
mais violentos desse estado, e agora é um dos lugares mais
tranquilos.
A reunião teve a participação do candidato a Vice-Prefeito Adilson Pires |
Vários deputados estaduais e vereadores do Rio
estão presos acusados de chefiarem os grupos paramilitares no Rio,
mas nada foi efetivamente feito para que esses grupos deixassem de
existir e eles continuam atuando livremente e com o apoio do Estado.
Fonte: A Nova Democracia
É uma fraude posande de bom moço.
ResponderExcluirLamentamos mais este corrida eleitoral.
Maldito desgraçado...
ResponderExcluirmas quem vota nele?
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